Cerimônia de descerramento de placa inaugurou oficialmente, em 28 de março, o mural de grafite artístico pintado por alunos do Projeto Jovens Caminhos no prédio do ENERQ, que sedia o Lassu-USP (Laboratório de Sustentabilidade da Universidade de São Paulo) da Escola Politécnica. O Lassu foi parceiro do Jovens Caminhos cedendo professores de Tecnologia, notebooks e especialização gratuita em linguagem de computação que é utilizada no Programa Paideia.
A experiência de levar a arte à universidade aproxima-se dos princípios do Instituto Gea, que promove educação ambiental e, por meio do projeto, realizou cursos em 2023 e 2024 nas periferias de Mauá e Santo André sobre Programação-Criação de Sites e Artes-Grafite. A iniciativa teve apoio da Petrobras Socioambiental.

“Esta pintura é uma síntese do que o Gea promove em seus projetos, que é unir a tecnologia e o homem. No caso do grafite, o objetivo foi também trazer a arte de rua para dentro de um ambiente de elite acadêmica”, disse a presidente do Gea, Ana Maria Luz. O mural reproduz um dedo humano tocando um dedo robótico, em alusão do Dedo de Deus pintado por Michelangelo para simbolizar a aproximação entre o Criador e Adão, a primeira criatura bíblica.
Humanização da tecnologia
A autora da ideia e coordenadora do Lassu-USP, professora Tereza Cristina de Brito Carvalho, elogiou a obra e citou o crescente espaço urbano de São Paulo sendo cedido aos murais artísticos. No caso do muro da USP, que também traz imagens de flores e plantas, ela destacou a importância da preocupação com o meio ambiente e com a humanização na era tecnológica.
“Estamos num momento de transformação na USP, que passa por despertar nos alunos a consciência ambiental, a consciência da sustentabilidade do planeta. O mural traz essa mensagem porque retrata que precisamos cultivar o humanismo nestes tempos de Inteligência Artificial”, afirmou, dispondo-se a propagar a ideia do grafite em todas as paredes da USP.
Professor Reinaldo Giudici, diretor da Escola Politécnica, destacou a preocupação da Universidade de São Paulo em interagir com a sociedade, com jovens e com temas sobre sustentabilidade, em referência às parcerias do LASSU com o Gea. Já o coordenador-geral do Enerq (Centro de Estudos em Regulação e Qualidade de Energia), Nelson Kagan, disse que a chegada do Lassu ao mesmo prédio coroou o espaço, ao fazer “uma Politécnica mais humana”. O Enerq foi inaugurado em 2.009 para ser um Laboratório de Qualidade e Energia Elétrica, assumiu outras tecnologias ao longo do tempo e chegou em 2017 ao Laboratório de Redes Inteligentes. O Lassu chegou em seguida, ocupando o último andar.
O descerramento da placa reuniu alunos do Jovens Caminhos e os professores de Grafite Gustavo Ramos e Diego Fagundes, a coordenadora do projeto, Raquel Ramos, e o professor Akio Goya, de Tecnologia.
